segunda-feira, 9 de abril de 2012

Tipo de gados mais comum no Brasil!!



O gado zebu é um bovino da subespécie Bos taurus indicus, apelidado por sua característica marcante de boi de corcova. A "corcova" é também chamada giba ou cupim, no Brasil, país onde a sub-espécie demonstrou grande potencial de adaptação e foi largamente utilizado em cruzamentos com os rebanhos de gado crioulo no país. O gado indiano, conhecido pela sua habilidade de viver nos trópicos, adaptou-se de tal forma em nossa terra que em pouco tempo povoou grandes extensões de campos nativos, melhorando consideravelmente a pecuária de corte nacional. Mas apesar de sua rusticidade, verificou-se ser o gado zebu inferior às raças européias quanto à precocidade e rendimento de carne, foi então quando se decidiu fazer melhoramento genético dos bovinos
Entre as diversas raças bovinas existentes no Brasil a mais comum é a raça nelore; uma das raças zebuínas. Atualmente, estima-se que o total do efetivo bovino brasileiro seja da ordem de mais de 190 milhões de cabeças. Desse total, 80% têm o sangue zebuíno. O Brasil tornou-se a segunda pátria do zebu e o principal país na exploração do gado de origem indiana com finalidades econômicas.
O nelore provou ser o melhor gado para o Brasil graças a sua adaptabilidade ao clima tropical do país. As raças européias se adaptam melhor à Região Sul. São utilizadas para o que se chama de ' cruzamento industrial ' isto é, cruzamento de gado zebu com gado europeu.
As raças taurinas originárias do Continente Europeu, foram selecionadas inicialmente para tração e trabalho, o que provocou um aumento da massa muscular e do peso adulto. As raças são conhecidas pelo elevado peso no nascimento, grande potencial de crescimento (ganho de peso), alto rendimento de carcaça aliada à pouca gordura de cobertura.
 O Nelore é essencialmente uma raça produtora de carne.
Dentre as variedades trazidas da Índia, é a que vem sofrendo mais intensa seleção, tendo em vista a obtenção de novilhos para corte. Tem a seu favor uma boa conformação, cabeça pequena e leve, ossatura fina e leve, e alcança bom desenvolvimento. Como todo o Zebu, tem especial habilidade para o aproveitamento das forragens, mesmo grosseiras.É um gado muito vivo, ligeiro e manso, desde que convenientemente cuidado.
 Variedades da raça Nelore:
o Nelore mocho: admitido no Registro desde 1969, veio a se tornar um dos mais importantes grupamentos, dentro das raças zebuínas, pelo contingente e pela qualidade do rebanho; o Nelore de Pelagem Vermelha e Amarela: conhecido desde os primórdios da seleção, foi admitido no Registro em 1984, havendo plantéis em vários Estados; o Nelore Malhado de Preto: igualmente com Registro desde 1984, vem há tempos sendo selecionado por pequeno número de criadores, com bons resultados.
 Padrão da raça: → pêlos curtos, finos e lisos que auxiliam na eliminação do calor; → pelagem branco-cinza, e a pele preta apresentam um conjunto de propriedades físicas de refletir, absorver, irradiar e filtrar as diversas radiações solares dos trópicos;
→ É um animal que possui bons aprumos, cascos e ligamentos firmes, umbigo curto, vergalho bem direcionado, com testículos largos, bem conformados e curtos.
 O gado Gir constituiu durante várias décadas o grupamento étnico mais numeroso mais valorizado dentro do rebanho Zebuíno brasileiro;
 Observa-se que das raças indianas, a Gir é a que apresenta os menores pesos ao nascer;
 É também muito utilizada em cruzamentos com a raça Holandesa preta e branca e com a Holandesa vermelho e branca, que dão origem a uma nova raça chamada Girolanda. Ainda possui uma linhagem para a produção de leite, denominada de Gir Leiteiro;
 Padrão da raça: o extremamente dócil, com aptidões para o leite e carne, o caracteriza-se por apresentar perfil convexo e ultraconvexo, testa proeminente, com chifres laterais freqüentemente retorcidos, o barbela desenvolvida e com pelagens das mais variadas, podendo apresentar pêlos brancos, vermelhos, amarelos e pretos em combinações muito variadas.
 Trata-se de um dos mais antigos tipos de gado Zebu asiático. Observou-se também que um de seus traços mais característicos, os chifres em lira, é encontrado em algumas variedades do Zebu africano, devido à remota infusão de seu sangue;
 De dupla aptidão, tem leite com elevado teor de, seus chifres são utilizados para a fabricação de berrantes;
 Padrão da raça: o sub-côncavo a retilíneo; o orelhas Pendentes. Médias, relativamente largas e de pontas arredondadas; o chifres desenvolvidos.simétricos.De seção circular ou elíptica,na base, dirigindo-se horizontalmente para fora ao sair do crânio, curvando-se para cima, em forma de lira, com as pontas voltadas para dentro e para trás; o pelos Finos, curtos e sedosos e pele preta ou escura. solta, fina e flexível e rósea nas partes sombreadas.
 Origem nos Estados Unidos, o gado de origem indiana recebe o nome de Brahman. É o resultado do cruzamento das raças Nelore, Guzerá, Gir, Valley e Sindi,a despreocupação do criador americano em relação à raça, visando uma melhor seleção econômica, levou o gado Brahman a ser uma mescla de raças indianas altamente produtiva;
 Padrão da raça:
 É um gado exclusivamente dedicado à produção de carne,  apropriado para cruzamentos com as raças européias. As raças
Santa Gertrudis, Braford e Brangus originaram-se desses cruzamentos;  tamanho intermediário entre as raças de corte. Os touros pesam geralmente de 720 a 990 quilos e as vacas de 450 a 630 quilos.
Os bezerros são pequenos no nascimento, pesando de 30 a 40 quilos;
 As cores predominantes no Brahman têm tonalidades cinza claro, vermelho e preto.
O cruzamento entre indivíduos de raças diferentes, onde o touro é geralmente de raça pura e busca aumentar a eficiência na produção de carne. A razão principal para se fazer o cruzamento orientado entre raças é aumentar a lucratividade (renda líquida), através do aumento da produtividade (eficiência de produção). Nenhuma raça é perfeita. Cada uma tem seus pontos fortes e fracos. O animal produto do cruzamento deverá combinar o elevado potencial de produção da raça de clima temperado com a adaptação da raça tropical, produtividade, e, consequentemente, maior a lucratividade.
Escolhendo-se as raças apropriadas para o cruzamento, o potencial de produção e a adaptação tropical dos animais cruzados podem ser combinados ao seu ambiente - quanto mais complementares forem as raças, maior é a busca de gerar heterose, ou vigor híbrido, para um grupo de características comercialmente importantes, particularmente de reprodução e sobrevivência. A heterozigose dá um ganho gratuito adicional que permite que a produtividade dos cruzados exceda a produtividade de ambas as raças-base.
 Originário da Índia, o Indubrasil é a raça mais difundida no exterior, sendo a primeira raça neozebuína do mundo, formada por cruzamentos entre o guzerá e o nelore, desde 1890 até 1920. Com a introdução da raça gir, entre 1911 e 1920, os produtos adquiriram seu aspecto definitivo, exibindo um grande porte, habilidade para longas caminhadas e matrizes eficientes. Atualmente, seu habitat está restrito ao Nordeste brasileiro e à região de Minas Gerais, sendo registrados 205.297 animais, na história, e 1.661 nos últimos 5 anos.
Tem como grandes vantagens produtivas a rusticidade, a conformação frigorífica,a habilidade materna, a velocidade no ganho em peso, ótima conversão alimentar,grande porte e adaptação ao clima tropical;
 O indubrasil apresenta a mais comprida orelha entre as raças bovinas do mundo. Em uma ampla pesquisa realizada na dê de 1980, confirmou o aumento do seu tamanho ainda mais, nos últimos tempos.
 Padrão da raça: o cabeça: largura, comprimento e espessura médios; o chifres: médios; o olho: escuros, elípticos, de olhar sonolento, protegido por peles; o orelha: pendentes, de médias a longas; o cauda e vassoura: comprida e fina, na linha ou abaixo dos jarretes. Vassoura ligeiramente mesclada; o úbere e tetas; de volume médio, com pele sedosa, tetas sedosas e bem distribuídas; o pelagem: uniforme, branca e cinza, em suas diversas variedades. Admite-se a amarela e vermelha uniforme; o pele: preta ou escura, solta, fina, flexível, macia, oleosa, róseo no úbere e região inguina
 Canchim, Raça Sintética produzida na Embrapa Pecuária
Sudeste de São Carlos pelo cruzamento de Charolais e Zebu principalmente Indubrasil, além de Nelore e Guzerá, com 5/8 Charolais e 3/8 de sangue Zebu. Mas a preferência aos animais indubrasil se deu pela facilidade de se obter um plantel numeroso e a preços razoáveis, o que teria sido difícil em se tratando de vacas das raças gir, nelore ou guzerá.
 O touro canchim, cobrindo a campo vacas aneloradas, produz novilhos precoces, mas quando comparado a número de bezerros produzidos este é igual aos outros touros, porem com qualidade superior devido os animais serem mais pesados, cumprindo assim a finalidade a qual foi idealizado.
 Padrão da raça: o pelagem: cinza, vermelha e branca; o perfil é retilíneo ou subcôncavo o cabeça: forma de ataúde com tamanho, peso, largura e comprimento médios; o orelhas: de tamanho médio; o chifres: ovais; o focinho: enfumaçado em várias tonalidades de róseo; o peito: largo, profundo e saliente;
 A raça bovina Simbrasil é um cruzamento industrial que possui 5/8 de sangue Simental(Bos taurus) e 3/8 de sangue Zebu que traz consigo características importantes como pelo curto, cascos fortes, pele bem segmentada e solta, o que imprime maior rusticidade, adaptação e longevidade. Já o Simental traz precocidade, produção de leite e qualidade de carcaça.
 o padrão genético da raça é a coloração avermelhada, com manchas brancas ou amareladas, mas admitem-se partes mais escuras devido ao cruzamento com as diversas raças zebuinas nacionais.
As fêmeas pesam em media 600 kg e os machos em media 1.0 kg. Os novilhos atingem em media 470 kg no abate aos 18-24 meses. As fêmeas apresentam alta produtividade leiteira por serem provenientes do cruzamento de Simental com Guzerá que apresentam grande capacidade materna.
 O tabapuã vem sendo criado com sucesso em quase todos os Estados do Brasil. É a raça zebuína que mais cresceu nos últimos 10 anos, tanto nos registros genealógicos de nascimento (RGNs), como também nos registros genealógicos definitivos (RGDs), mostrando que os criadores estão realmente satisfeitos com o desempenho da raça atualmente considerada como uma das melhores para produção de carne em menor tempo, fazendo jus ao título de "O Zebu Mais Precoce".
 Existe várias qualidades para esses animais, tais como a docilidade, fertilidade, precocidade reprodutiva, boa conformação frigorífica e uma excelente habilidade materna, ou seja, vacas precoces, férteis e amorosas que criam bem os seus bezerros, os quais atingem melhores pesos na desmama dentre todas as raças zebuínas. É altamente produtivo no regime de confinamento e de semiconfinamento.
→ São muito poucos os zebuínos dessa raça criados no
Brasil. É o menor dos rebanhos zebuínos, sendo a criação do sindi reduzida a pequenos núcleos, como na Paraíba, onde estão localizados os maiores criadores da raça. O sindi foi importado como de aptidão leiteira mas hoje é um bom produtor de carne.
Angus é uma raça de bovinos, destinada à produção de carne de qualidade superior, tem as suas origens no Nordeste da Escócia, onde o seu aperfeiçoamento começou há cerca de 200 anos. Sendo encontrado nas veriedades Aberdeen Angus e Red Angus.
 Padrão da raça:
o mocho e de tamanho médio; o pelagem apresenta-se curta e de cor preta ou vermelha; o O peso varia entre 550 a 700 kg de uma fêmea adulta e 900 a 1000 kg de um macho; o As vacas atingem a idade de reprodução com cerca de 15 meses.
A raça é especializada em produzir grande massa muscular, com pequena capa de gordura, associando sua qualidade rústica e adaptabilidade a uma variedade climática do frio ao subtropical;
 Um gado precoce e especializado em carne, destacando-se pelo grande rendimento de carcaça, estrutura física (conformação), com preponderantes características raciais e maturidade sexual.
 Padrão da raça:
o A linhagem brasileira é resultante de três padrões distintos: o francês (animais de maior massa muscular), o inglês (gado mais elevado, mais comprido, mais moderno); o argentino (intermediário entre os tipos francês e inglês). Originou, assim, o charolês de pelagem clara e grande porte.
 Raça de grande rusticidade, com alto desenvolvimento corporal e desenvolvimento muscular intenso com alto rendimento de carcaça.
 Padrão da raça:
o A pelagem é de uma só cor: parda variando até o ligeiramente vermelho ou do amarelo é claro até o amarelo escuro; o O pelo é suave e curto, mas nunca eriçado. Condenamse as manchas brancas, negras ou de cor vermelha escura, nas extremidades, na parte inferior do abdômen e nos flancos; o A pele é flexível, de grossura media e coloração rosada, sem pigmentação negra ou castanha em torno dos orifícios naturais; o Os chifres são horizontais, encurvando-se para baixo e adiante, mas as pontas podem dirigir-se para frente ou para trás, com coloração amarelada, e com a ponta escura, mas nunca negra.
 O touro hereford é de alta libido e viril no aproveitamento do salto;
 Desempenho, praticidade e lucratividade combinadas tornam o gado de corte hereford a raça mais abundante em diversas regiões do mundo, sendo amplamente reconhecida como raça básica. A fertilidade, rusticidade, eficiência alimentar, longevidade e adaptabilidade são habilidades típicas para o hereford;
 Padrão da raça: o pelagem vermelha, variando do amarelo até o cereja; o cabeça, região inferior e extremidades da cauda, brancas. o Gradualmente, a pelagem "pampa" característica foi se impondo, hoje considerada " marca de pureza" da raça.
Os cruzamentos de Limousin com Zebu são abatidos precocemente em relação às outras raças. Seu rendimento de carcaça atinge facilmente 65 %. Portanto dependendo do manejo nutricional e sanitário fornecido aos animais, consegue-se tranqüilamente abater animais cruzados com Limousin com idade média de 13 meses, chegando-se a um peso entre 15 e 16 arrobas;
 Padrão da raça: o pelagem de cor vermelho dourado escuro, com as extremidades de cor trigo; o desenvolvimento de animais de peito largo; lombo fone; inserção de cauda perfeita, e grandes massas musculares nos quartos traseiros; o Seu produto final é um animal eficiente, rústico e adaptado aos diversos climas e temperaturas.
 Embora o gado Simental seja considerado em sua terra uma raça mista para leite, carne e trabalho. Nos últimos vinte anos a seleção evoluiu para a criação de animais dotados de maior precocidade, menor altura e maiores produções de leite e carne. Os machos entram na reprodução dos 10 aos 13 meses de idade e as fêmeas dão a primeira cria entre os 30 e 36 meses de idade.
 Padrão da raça: o O simental de pura raça é de temperamento dócil, sua pelagem é branca ou ligeiramente creme com grandes manchas amarelas ou vermelhas, ou uma só grande mancha, que varia do amarelo trigo ao vermelho castanho; o A cabeça, parte inferior do corpo, dos membros e ponta de calda é branca.
 Este gado de corte tem origem nos Alpes do Norte da Itália e, ao longo de séculos, foi selecionado com o objetivo de produção de carne de alta qualidade. Por suas características raciais e excelente adaptabilidade ao meio ambiente é considerado o Zebu Europeu no Brasil;
 Característica mais notável que é a chamada dupla coxa ou dupla musculatura (hipertrofia muscular), que se apresenta com freqüência e que se firmou graças a uma seleção persistente e rigorosa.
Padrão da raça:
 Com pele e mucosas pretas e pelos brancos, tendendo ao cinza, o
Piemontês apresenta o padrão ideal para adaptar-se bem ao clima tropical, de temperaturas elevadas, e vai bem de encontro ao gosto do criador de zebu. Além disto, possui cascos pretos e resistentes e prepúcio (umbigo) curto, que facilitam a movimentação em pastagens altas;
 A precocidade reprodutiva é muito alta, tanto nos machos quanto nas fêmeas.
 Tipo produtor de carne caracterizado por notável desenvolvimento dos músculos e do quarto traseiro, com um tronco alongado e que tende a ser cilíndrico. Particularmente precoce e adaptado aos ambientes mais difíceis;
 Os animais nascem em média com 42 Kg de peso ao nascer e estão aptos à reprodução à partir dos 16 meses para fêmeas e 18 meses para os machos. Na busca de animais mais precoces, a raça passou por uma evolução nos últimos cinco anos. Houve uma sensível diminuição na altura dos animais com incremento na profundidade torácica, comprimento e musculosidade.
As raças crioulas brasileiras descendem dos rebanhos trazidos para a América pelos colonizadores portugueses e espanhóis.
→ Caracu - origem São Paulo
 É uma raça de boi desenvolvida no Brasil colonial, com pelos lisos e avermelhados, sendo que a maioria apresenta a cor amarela ou baia, podendo chegar ao vermelho tijolo, chifre alaranjado, com saída para os lados; orelhas pequenas; estrutura longilínea; linha de dorso plana, com pequena inclinação na garupa; prepúcio curto; vassourra do rabo amarela; mucosa alaranjada; e cascos claros, avermelhados ou rajados
→ Crioulo Lageano - origem Santa Catarina
 Estão muito adaptados às regiões brasileiras de temperaturas mais baixas .Apresenta facilidade de parto e boa habilidade materna.Suas cores variam entre o preto, o marrom e o branco.São compridos e os touros pesam ao redor de 429 kg.
→ Curraleiro - origem Piauí
 A raça curraleiro teve a sua origem em raças provenientes da Península Ibérica, trazidas pelos portugueses durante o período da colonização e, com o passar dos anos, e desenvolveu-se em regiões de clima semi-árido, sendo, portanto, muito rústico e resistente a endo e ectoparasitaslocal para onde foram trazidas. O Curraleiro produz pouco leite; e pouca carne. Por isso mesmo ele é conhecido como o "pé duro brasileiro". Essa raça é encontrada principalmente no Nordeste, utilizada para puxar arado nas lavouras do Ceará, e existe apenas 2mil exemplares no país,portanto é uma raça ameaçada de extinção.
→ Pantaneiro - origem Mato Grosso do Sul
 Um gado crioulo do Pantanal de Mato Grosso, mas que está desaparecendo com a introdução no Brasil de gado zebuíno, em franca expansão. É um gado tipicamente europeu, mas que conseguiu se adaptar ao meio tropical, sendo a raça predominante desde o começo da exploração do Pantanal mato-grossense. Gado de corte sem nenhuma uniformidade - pode ser de pelagem branca, preta, pintada e outras variações, de acordo com os cruzamentos.

Cavalos!


O Puro-Sangue é a raça de cavalos mais rápida e das mais valiosas do mundo. Trata-se de uma raça misturada de equídeos diferentes, e ainda conserva o registo genealógico das primeiras raças Inglesas e Irlandesas. Foi a maior influência nas corridas de cavalos, contribuindo melhor estética, velocidade e resistência. A evolução da raça Puro-Sangue remonta o cruzamento de três cavalos garanhões orientais: o Byerly Turk, o Darley Arabian e o Godolphin Arabian. O cruzamento e a criação realizaram-se com cavalos “corredores” Ingleses tradicionais criados em estábulos militares das Ilhas Britânicas. O melhor tempo registado por um exemplar numa corrida foi alcançado em Epson, Inglaterra, onde um cavalo desta raça alcançou os 77 Km/h.
Cavalos Puro-Sangue
Todos os cavalos de Puro-Sangue que competem em corridas estão registados nos livros genealógicos de cavalos do seu país de nascimento. Quando os cavalos destinados a corridas cumprem um ano de idade, começam um treino que implica a aceitação do peso do jóquei. Apesar de alguns cavalos de dois anos participarem em corridas, um cavalo de Puro-Sangue está no momento de maior rendimento entre os três e os cinco anos; qualquer das formas, esta não é uma regra básica visto que existem exemplares que correm com dez anos ou mais. Existe corridas que diferem os cavalos e as éguas, mas a maioria dá para ambos os sexos. Uma égua é chamada potranca até ao seu quinto ano e imediatamente passa a ser uma égua. Um cavalo castrado de qualquer idade é um capado. Um cavalo não capado é um potro até aos cinco anos e a partir de então será simplesmente um cavalo ou um garanhão.
A característica que distingue os cavalos de Puro-Sangue é que muitas vezes são cavalos nervosos e muito sensíveis, com galope ligeiro e passos firmes. O seu comprimento abrange os 162cm e os 164cm. As cores normalmente são: castanho, cinzento ou preto.
O seu corpo é largo, esbelto e pouco proporcionado, sendo o seu perfil recto. Os rins desta raça são mais fortes do que de um cavalo normal, o que faz com que ele consiga mais potencia no galope. As extremidades posteriores são mais grandes e largas, enquanto as outras são mais delgadas, com antebraços musculosos e articulações grandes e planas. A medida do osso por debaixo dos joelhos é inferior a 20 centímetros. A sua cabeça é bastante firme, sem demasiada carne na mandíbula. As narinas são de grande tamanho, o que ajudam na oxigenação rápida. As costas desta raça normalmente são longas e muito inclinadas, o que permite passos longos com muito pouco esforço.

sábado, 10 de março de 2012

Filme Fashion- Maria Antonieta



O filme Maria Antonieta foi escolhido para inaugurar o projeto ‘Filme Fashion’ de 2011. A estética da época era o Rococó, que se caracterizava por linhas curvas, delicadas e fluídas, as cores suaves, o caráter lúdico e mundano dos retratos e das festas galantes, em que os pintores representaram os costumes e as atitudes de uma sociedade em busca da felicidade, da alegria de viver, dos prazeres sensuais. Na moda podemos perceber muitos babados, volumes e fitinhas. A maquiagem remetia a bonecos de louça, sempre carregada no pó de arroz e no rouge. 





A rainha francesa é um ícone fashion, conhecida também por 'Rainha da Moda'.




Madame du Barry é colocada apenas como uma ex meretriz grosseira no filme, porém a mesma ia muito além disso. Du barry tinha afinidade com muitos intelectuais e artistas, como por exemplo o pintor François-Hubert Drouais e o escritor Voltaire.


 (Retrato de Madame du Barry)

Como podemos perceber no retrato, a verdadeira du Barry era delicada e angelical, bem diferente do filme, onde aparece como uma mulher de aparência forte e extravagante.

(Madame du Barry interpretada por Asia Argento)

A partir do filme iremos elaborar um make inspirado em Maria Antonieta e na estética da época. É importante tentar não copiar, mas fazer uma releitura contemporânea e transpor como o Rococó pode ser representado com elementos atuais.
Vale apena assistir!
Adorei!

sexta-feira, 9 de março de 2012

A origem do prato feito!

prato_feito
O prato feito, popularmente conhecido como PF, resiste ao tempo e ainda faz sucesso.
O bom e velho PF – prato feito, ainda faz muito sucesso, até mesmo nas mais tradicionais e requintadas casas, e resiste sob formas e nomes diferentes, mas sempre com suas características próprias: a de refeição básica e tradicional.
A origem do PF se confunde com a dos restaurantes. Os estabelecimentos comerciais surgiram com a urbanização e a necessidade de os viajantes encontrarem pouso e comida longe de suas residências. O registro mais antigo dessas estalagens no Brasil data de 1599, a do português Marcos Lopes, em São Paulo.
As refeições servidas nas hospedarias do século XVI – rápidas e de baixo preço – serviam apenas para restaurar as energias do cansado tropeiro. Eram as ancestrais do nosso atual PF. Em 500 anos, a culinária brasileira se regionalizou, sofreu influências de várias imigrações e, nos grandes centros, acrescentou um toque cosmopolita. O prato feito, no entanto, resistiu à evolução do paladar nacional.
A mistura clássica consiste em arroz, feijão, carne (bife, frango ou peixe) e batatas fritas (substituídas às vezes por salada, farofa ou outro acompanhamento). Essa combinação se consolidou principalmente a partir dos anos 50, com a explosão populacional dos grandes centros urbanos.
Nos dias de hoje, o PF enfrenta uma luta árdua pelo gosto popular, contra o quilo, o self-service e as redes de fast food e ainda resiste ao tempo e está presente desde as lanchonetes e pequenos restaurantes, até nos mais modernos, tradicionais e sofisticados restaurantes.

 



Benefíos do óleo de Coco

‎10 MOTIVOS PARA CONSUMIR O ÓLEO DE COCO EXTRA VIRGEM 1 - Ação ANTIOXIDANTE – Colabora na diminuição da produção de “Radicais Livres”! Isto se deve principalmente a ação direta da vitamina-E presente na “Gordura de Coco Extra Virgem” composta por 8 frações desta vitamina; 4 tocotrienóis (alfa, gama, delta e teta) e 4 tocoferóis (alfa, gama, delta e teta).

Contrário a outras gorduras, principalmente em relação aos óleos poliinsaturados, a gordura de coco diminuiu as necessidades de vitamina E do organismo.

2 – COLESTEROL - Ajuda na redução do mau COLETEROL – LDL e evita que o mesmo se oxide. Por outro lado, promove a elevação do bom COLESTEROL - HDL contribuindo assim na prevenção e tratamento das doenças cerebrais e cardiovasculares.

3 – Colabora no processo do EMAGRECIMENTO – De fácil absorção, a gordura de coco é a melhor fonte de TRIGLICERIDEOS DE CADEIA MÉDIA, não necessita de enzimas para sua digestão e metabolismo. No fígado, estes triglicerídeos rapidamente se transformam em energia, desta maneira não se depositam no organismo. Por isso ela é considerada “termogênica”, ou seja, capaz de gerar calor e queimar calorias. Esta propriedade, aliada a capacidade que a gordura de coco tem de estimular a glândula tireóide, aumenta o metabolismo basal e, conseqüentemente: EMAGRECE!

4 – Melhora o sistema IMUNOLÓGICO - agindo na prevenção e no combate aos VERMES – BACTÉRIAS e FUNGOS, restabelece a energia “roubada” por estes agentes. Conseqüentemente melhora a absorção dos nutrientes aumentando todas as defesas do organismo. A gordura de coco apresenta a maior concentração de Ácido Láurico, dentre todas as gorduras vegetais.

Em outras palavras, é o mesmo ácido graxo presente no leite materno!

No organismo o Ácido Láurico é convertido em monolaurin que tem ações para combater inúmeras infecções. Mais recentemente em 1992, Isaacs e colaboradores confirmaram todos estes estudos.

Ainda em relação ao ácido láurico, veja a declaração da Dra. Mary Enig, uma das maiores autoridades mundiais em relação a estudos sobre gorduras, principalmente no que se refere à GORDURA DE COCO EXTRA VIRGEM, leia-se ÀCIDO LAURICO. Este artigo foi por ela publicado em setembro de 1995 no “Indian Coconut Journal”:

“O MONOLAURIN, cujo precursor é o àcido LÁURICO (C-12), destrói a membrana lipídica que envolve os vírus e, também ele inativa bactérias, levedura e fungos.” E acrescentou: “Dentre os ácidos graxos saturados, o ácido láurico tem mais atividade anti-viral do que os ácidos caprílico (C-10) e mirístico (C-14). A ação atribuída ao MONOLAURIN é que ele solubiliza (dissolve) as gorduras...do envolve que envolve os vírus, destruindo assim sua capa protetora”. (Estes números e o C - significam a quantidade de átomos de carbono dos ácidos graxos).

Dentre centenas de outros trabalhos científicos, hoje a GORDURA DE COCO EXTRA VIRGEM é capaz de ajudar a combater uma infinidade de bactérias, leveduras, fungos e vírus, tais como: sarampo, herpes, estomatite vesicular e Cytomegalovirus (CMV), Epistein Bar vírus, vírus da hepatite C (HCV), AIDES (HIV), H. pylori, giárdia, cândida, cryptosporidium e outros parasitas intestinais.

5 – Regula a FUNÇÃO INTESTINAL – Tanto nos casos de prisão de ventre ou mesmo nas diarréias, os componentes da gordura de coco agem normalizando as funções intestinais. Ao mesmo tempo o ácido láurico, através do monolaurin, ajuda a eliminar as bactérias patogênicas (inimigas), protegendo e favorecendo o crescimento da “flora amiga”.

6 – Tireóide - Melhora o funcionamento da TIREÓIDE, tendo ainda ação “Anti-Envelhecimento” – Estudos realizados há mais de 30 anos comprovaram que a gordura de coco estimula a função da glândula TIREÓIDE. O bom funcionamento da TIREÓIDE faz com que especificamente o mal COLESEROL – LDL, através de processo enzimático, produza os hormônios antienvelhecimento: PREGNENOLONA, PROGESTERONA e DHEA (dehidroepiandrosterona). Todas estas substâncias são necessárias na prevenção de Doenças Cardiovasculares, Senilidade, Obesidade, Câncer dentre outras doenças crônicas relacionadas à idade.

7 - Ação COSMÉTICA – A maioria das loções e cremes comerciais é constituída predominantemente de água. Estas preparações úmidas são rapidamente absorvidas pela pele seca e enrugada. Assim que a água entra na pele, o tecido é expandido como um balão com água, então as rugas desaparecem e a pele se torna mais macia. Porém, tudo isto é temporário. Em poucas horas a água é absorvida e levada para a corrente sangüínea e, tanto a secura como as rugas reaparecem. Além de não resolver o problema de hidratação e das rugas, estes cremes ou óleos refinados estão quase sempre oxidados, trazendo consigo uma montanha de radicais livres, que agravam cada vez mais o tecido elástico da pele tornando-a mais envelhecida.

A gordura de coco pode ser aplicada diretamente sobre a pele e mesmo nos cabelos, funcionando com um “condiocinador” natural, para isso é só massagear os cabelos com 1 colher das de sobremesa antes do banho. Além de hidratar a pele e não conter radicais livres, previne rugas numa verdadeira ação antienvelhecimento. Isto se deve a “lubrificação” da pele, permitindo que os nutrientes do sangue cheguem até ela.

8 – Ação Dermatológica – Além do poder bactericida na pele, pode ser utilizada como cicatrizante de feridas, picadas de insetos, alívio em queimaduras e, sobretudo nos eczemas e dermatites de contato, bem como no tratamento do herpes e candidíase.

9 – Diabéticos – Controla a compulsão por CARBOIDRATOS – Assim como os alimentos ricos em fibras ajudam a manter níveis estáveis de insulina no sangue, conseqüentemente facilitando a vida dos DIABÉTICOS, a gordura de coco proporciona uma sensação de saciedade ainda maior e, acima de tudo não estimula a liberação de insulina, contribuindo desta forma para diminuir o “craving” compulsão por carboidratos, principalmente a doces. Contrário aos demais óleos poliinsaturados que dificultam a entrada da insulina e nutrientes para dentro das células, deixando-as literalmente “famintas”, a gordura de coco “abre as suas membranas”, não somente permitindo que os níveis de glicose e insulina se normalizem, como também melhorando sua nutrição, restabelecendo os níveis normais de energia.

10 –– Fadiga crônica e Fibromialgia -Até recentemente estas duas entidades não eram reconhecidas pela medicina tradicional. Somente agora após uma grande divulgação na mídia da melhora clínica de milhares de pacientes, é que o tradicional “stablischment”, deu mão a palmatória, chegando mesmo a ser reconhecida pelo FDA, quando liberou um medicamento para combater este mal.

segunda-feira, 5 de março de 2012

A Pontualidade Britânica é uma Pilhéri


O selo inglês é só passar a língua nele e logo gruda. Aliás, a única coisa que funciona mal aqui em Londres, pelo que vi, são os relógios públicos: cada um marca uma hora diferente, e tem até os que não marcam hora nenhuma. A proverbial pontualidade britânica é uma pilhéria: ou então cada um é pontual, mas dentro do seu próprio horário, e todos os horários são válidos. Meu pobre relógio brasileiro já ficou maluco.
 O londrino, tirante os teenagers, que não tem graça nenhuma, é em geral engraçadíssimo. Apieda-se pelo fato de você não ter agasalho próprio para o frio glacial que está fazendo. Perto dos franceses, são educadíssimos (o que não é nenhuma vantagem), mas também ignoram a sua existência, a menos que você se ponha a gritar no meio da rua Help! Help! – o que estou sempre fazendo. As mulheres são bonitas, surpreendentemente bonitas, mas todas iguais; já os homens não me agradam, e espero que eu lhes agrade ainda muito menos. Até os cachorros fumam cachimbo e trazem o olhar perdido no horizonte; educadíssimos: ainda não vi um cachorro sequer olhando para um poste.
 Londres, pode escrever, é a cidade mais limpa do mundo: até os lixeiros aqui são impecavelmente limpos. Se você joga um pedaço de papel na rua, logo vem o guarda e o admoesta num perfeito inglês de Oxford; depois vêm os repórteres de tudo quanto é jornal e da televisão para entrevistá-lo e saber a que tribo selvagem você pertence; e depois finalmente vem o exército da salvação e se põe a entoar cânticos pela redenção de sua alma. Antes de sair de casa já cuspo 20 vezes seguida por medida de precaução – e se me acontece ficar com um pedaço de papel na mão em plena rua, entro simplesmente na primeira agência do correio e despacho-o para uma das ilhas Malvinas, com o selo da rainha e tudo. As casas, aqui, de tão limpas parecem até feitas de porcelana: não sei se o mesmo acontecerá no sonho ou nos bairros ainda mais pobres: suponho que não. A verdade é que não existe a menor relação entre o mendigo londrino e um mendigo digamos do Rio de Janeiro; o mendigo aí londrino passaria por lorde e seria recebido com um five o’ clock tea pela academia brasileira de letras: muito mais justo, aliás, do que muitos outros chás de que já tenho ouvido falar.
 Comprar cigarros em Londres é um drama: você tem que ir à Escócia. Tem casa de tudo aqui perto do meu hotel, até de incenso indiano ou de figas da Guiné: só não tem tabacaria. Parece que o puritanismo inglês se fixou todo no combate ao fumo e ao tabagismo, e até já me explicaram algo parecido com isso; os poucos cigarros que lhe vendem são todos fraquíssimos e é preciso você fumar o maço inteiro, inclusive o próprio maço, para ter a leve sensação de que algum dia alguém passou fumando por você. O que salvam os mendigos londrinos são os turistas, sobretudo norte-americanos, que sempre jogam disfarçadamente uma guimba ou outra no meio-fio, longe dos olhares inquisidores e cobiçosos do guarda na esquina. Dizem que o fog londrino desapareceu de uns tempos pra cá, por motivos meteorológicos e outros que ninguém sabe ainda explicar: a verdade verdadeira é que o que desapareceu mesmo foi a fumaça dos cigarros e dos charutos, a minha inclusive, para total desespero dos cancerologistas ingleses do pulmão.
 O londrino tem em média dois metros de altura, do que resultam sérios problemas para quem, como eu, tem pouco mais da metade: isto porque as coisas aqui foram feitas para ele e não para mim, evidentemente. Assim por exemplo, para apertar o botão do elevador tenho que me colocar na ponta dos pés e depois de alguns minutos pedir o auxílio de alguém por perto, alegando naturalmente que pertenço à troupe de anões do circo. Os mictórios públicos batem exatamente na altura do meu queixo e assim acabo urinando é mesmo no chão, onde pelo visto já andaram urinando antes de mim outros brasileiros, ou pelo menos algum cearense. Uma mulher londrina dá para dois homens brasileiros tranqüilamente e ainda sobra um pouquinho para o dia seguinte: mas nem por isso deixam de ser lindas, assim como é lindo o Everest. Agora é que eu compreendo por que o inglês (a inglesa) tem fama de ser uma criatura distante, quase inacessível.

quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Cem Anos de Solidão!!!!!

Cem Anos de Solidão, além de um excelente romance, trata-se uma profunda
reflexão sobre os fundamentos que compõem o ideário colombiano, sem, todavia, esquecer
os fios que os une a América como um todo, e em particular, a América Espanhola. O
desenrolar da obra perpassa por acontecimentos marcantes da história da Colômbia entre
meados séculos XIX e início do século XX. Aos moldes do Realismo Fantástico, estilo
literário que consagrou García Márquez mundialmente, Cem Anos de Solidão esconde um
tratado rico em significações.
Entretanto sua linguagem repleta de metáforas e alegorias dificulta uma análise
ipso facto
de interpretações realizadas, que, por muitas vezes, se mostram contraditórias ou mesmo
incoerentes. Friso que este estudo trata-se de uma análise pessoal de Cem Anos de Solidão,
embasadas em alguns estudos importantes sobre a problemática da constituição dos
estados nacionais latino-americanos. Neste intento me atenho aos eventos que considero
mais pertinentes e fecundos no que tange a perspectiva histórica.
das discussões presentes nesta intrincada trama, o que se prova pela infinidade
Ano III, Nº10, Juiz de Fora, abril - julho/2009
Desenvolvimento
O enredo de Cem Anos de Solidão tem como pano de fundo aldeia fictícia de
Macondo e conta a saga da família Buendía em um ínterim de cem anos. O escritor situa
os ocorridos no pequeno povoado ante os principais acontecimentos históricos do período,
estabelecendo uma perfeita conexão entre micro e macro, mesclando, simultaneamente,
elementos reais e fantásticos. Percebemos também na trama uma intrínseca relação entre
percepção individual e memória coletiva, visto que os eventos vêm sendo contados
conforme a percepção dos personagens. Em seus primeiros capítulos, a obra “Cem Anos de Solidão”, conta às visitas anuais
de um grupo de ciganos esfarrapados a Macondo. Estes longínquos viajantes são, a
princípio, a única forma de contato entre Macondo e a civilização.
Os ciganos traziam ao povoado bugigangas que chamavam de as “grandes
maravilhas do mundo”. Em suas idas e vindas, Melquíades, cigano amigo de José Arcadio
Buendía, trouxe mapas de navegação portugueses, um astrolábio, uma bússola, um
sextante, além de lhe dar uma cópia manuscrita dos estudos do monge Hermann. O
patriarca dos Buendía, utilizando-se dos instrumentos adquiridos, descobre que a terra é
redonda, em uma clara sátira a Colombo. Após ser taxado por louco pelos moradores de
Macondo, José Arcadio Buendía se empenhou em encontrar o segredo da pedra filosofal,
promover a duplicação do ouro e ler sobre os sete metais que compõem os diferentes
planetas. Estudos estes realizados no laboratório de alquimia que ganhou de Melquíades. A parábola dos ciganos viajantes, como vemos, está repleta de simbolismos. Os
objetos trazidos pelos ciganos não permitem que os habitantes de Macondo se olvidem dos
laços que os unem a civilização. As inquietações de José Arcádio Buendía promovem uma
nítida reminiscência à mentalidade dos primeiros colonizadores. Percebemos uma confusa
mescla entre elementos próprios da mentalidade medieval associado a novas formas de
pensar emergentes no período da conquista do Novo Mundo. O patriarca dos Buendía é a
www.estudosibericos.com
53
Ano III, Nº10, Juiz de Fora, abril - julho/2009
incorporação desta mentalidade dúbia. Em seu mundo coexiste uma atitude racionalista e
uma concepção fantástica de mundo, onde inovações científicas se misturam a tapetes
voadores, monstros metade homem metade animal e alma penada.
engenho da natureza, e até mesmo além do milagre e da magia, pensou que
era possível servir daquela invenção inútil para desentranhar o ouro da terra
José Arcadio Buendía, cuja destacada imaginação ia sempre mais longe que o1.
O episódio da fundação de Macondo tem sua origem em um acontecimento
inusitado. José Arcadio Buendía se casou com sua prima Úrsula. Havia uma crença
popular que dizia que de uma relação entre primos nasceriam crianças com rabos de
porco. Com medo Úrsula tratou de se prevenir para que seu marido não a violasse usando
roupas de baixo com um eficiente sistema de amaras para conter as investidas do marido.
Certo dia José Arcadio Buendía estava em uma rinha de galos quando Prudêncio Aguilar
disse que após dois anos de casamento Úrsula ainda era virgem e que José Arcadio
Buendía era impotente. Ofendido José Arcadio Buendía matou Prudencio Aguilar. Desde
então seu fantasma passou a perturbar os Buendía de tal modo que José Arcadio Buendía
resolveu fugir com sua esposa da aldeia. Ele chamou um grupo de amigos que aceitaram
participar da travessia da serra pantanosa rumo ao mar.
Foram eles os primeiros mortais que viram a vertente ocidental da serra. Do
cume nublado contemplaram a imensa planície aquática do grande pântano,
espraiada até o outro lado do mundo. Certa noite, depois de andarem vários
meses perdidos entre os charcos, já longe dos últimos índios que haviam
encontrado no caminho, acamparam às margens de um rio pedregoso cujas
águas pareciam uma torrente de vidro gelado
2.
Na passagem acima o escritor nos fala sobre a travessia por um grande local
desabitado, sem quaisquer resquícios de ações antrópicas. É neste cenário, onde a
civilização ainda não havia ousado tocar os pés, que José Arcadio Buendía funda a aldeia
de Macondo, povoado que se origina isolado da civilização, longe de qualquer influência
1
8 p.
MÁRQUEZ, Gabriel García. Cem Anos de Solidão. 27ª ed, Rio de Janeiro, editora record. 1967.
2
27 p.
MÁRQUEZ, Gabriel García. Cem Anos de Solidão. 27ª ed, Rio de Janeiro, editora record. 1967.www.estudosibericos.com 54